“A muito tempo, em uma época em que a espada
falava por si, existiu um livro com sete páginas feitas de prata, cada página
tinha uma cor e um símbolo representando um elemento, água, ar, terra, fogo,
luz, trevas e cosmo. A água era representada pela página 1, cor azul e símbolo em
forma de rio. O ar, representado pela página 2, cor prata e símbolo em forma de
uma pena de ave de rapina. A terra representada pela página 3, cor verde e
símbolo de um pentagrama. O fogo, representado pela página 4, cor vermelho e
símbolo em forma de fogueira. A luz, representada pela página 5, cor dourada e
símbolo de um sol. As trevas, representada pela página 6, cor preto e símbolo
de um eclipse lunar. O cosmo, representado pela página 7, cor branca e símbolo alfa.
Durante a guerra dos cem dias conhecida
como: Guerra dos Cem anos. A Inglaterra contra a França, uma luta interminável
e cheia de conflitos dos dois lados, o ódio, as infelicidades, as mortes e o
sangue daqueles que lutavam fez com que muitos fossem a procura do lendário
livro, Avalon, com a esperança de conseguir a vitória para o seu país. Diz a
lenda que quem obtiver o livro controlará o mundo. Entre os homens enviados
pela França e a Inglaterra, somente 12 homens da França e 15 da Inglaterra
conseguiram chegar ate o local onde todas as pistas do paradeiro do livro
indicavam, o círculo de pedras, Stonehenge. A luta entre os 27 ao redor do
monumento era neutra, ninguém tinha forças depois de 52 horas lutando sem parar.
Conforme o tempo foi passando, os corpos foram surgindo banhados de sangue no
chão ao redor do monumento. Nenhum deles havia colocado o pé dentro da área do
monumento, apenas 6 deles restaram, 6 soldados da França. Ao entrarem no monumento, uma luz branca no
centro surgiu os segando em um breve momento, dela surgiu uma figura encapuzada
com vestes branca e um livro que flutuava acima de sua mão feito de ouro com
letras em grego antigo que diziam: Avalon.
- Eu sou o Senhor do Cosmo,
Assan’Sur, atual guardião do Avalon. Vocês 6 lutaram bravamente, enfrentaram
desafios inimagináveis e isso lhes dão o direito de se tornarem os Senhores
Elementais. Coragem, amizade, sabedoria, amor, esperança e ódio, esses são os
sentimentos de onde vocês irão tirar o poder necessário... – disse Assan’Sur
abrindo o magnífico livro.
As 6 páginas que estavam no livro se
soltaram e flutuaram a frente de Assan’Sur, cada uma das páginas com uma cor
diferente, o livro desapareceu. A página azul flutuou ate um dos soldados e
entrou em seu coração.
- Odélio Serge, água é movimento,
transformação. É a dureza do gelo com a flexibilidade da água e a leveza do
vapor. As magias desse elemento são muito amplas e servem tanto para suporte
quanto ataque e defesa. Além de criar e controlar a água em seus mais variados
estados físicos e outros líquidos também, uma vez que todo ser vivo é formado
majoritariamente em média 70% por ela, este caminho também está ligado à cura,
resistência e transmutação do corpo. Sua regência: água e seus estados físicos,
cura, resistência, transformação, fluidos líquidos. Buscando a força necessária
na Sabedoria, hoje você renasce como o Senhor da Água. – disse Assan’Sur.
A página prata flutuou ate o próximo
soldado e entrou em seu coração.
- Bran Wallace, o ar pode ser usado
para criar correntes de ar fortíssimas, para acelerar ou desacelerar os
inimigos condensando o ar atrás deles, permite andar no vazio ou sufocar a
todos usando o vácuo. Um dos mais destrutivos elementos da natureza,
responsável pelos tornados e furacões, e também coisas sutis como odores. Como
o som é provocado por vibração no ar, este caminho também é responsável pelas
magias sonoras. Em certo ponto, este caminho pode ser usado para mover o ar de
um certo local, de modo a gerar uma ausência virtual de matéria: o vácuo. Sua regência:
correntes de ar, gases, odores, ventanias, som, vácuo. Buscando a força
necessária na esperança, hoje você renasce como o Senhor do Ar. – disse
Assan’Sur.
A página verde fez a mesma coisa com
o próximo soldado.
- Pierce Tissot, terra representa a
resistência, a dureza do chão, do solido, dos metais e pedras. A força bruta, o
terremoto, a destruição. O Senhor da Terra tem poder sobre o solo e as pedras,
e também sobre a duração, determinação, resistência, mas ela não é só isso. Terra
também engloba a natureza em si, gaia. Além de criação de objetos e plantas.
Sua regência: rochas, solo, dureza, longevidade, criação. Buscando a força
necessária na amizade, hoje você renasce como o Senhor da Terra. – disse
Assan’Sur.
A página vermelha também fez o mesmo.
- Louis Raoul, o fogo é o elemento
mais básico e conhecido. Se baseia predominantemente no controle e criação de
chamas, o mais destruidor dos elementos. O caminho do fogo é o mais tentador e,
ao mesmo tempo, o mais perigoso. Com suas magias o mago pode criar, controlar e
moldar as chamas, assim como resistir ao fogo e calor. Sua regência: chamas,
calor, explosões. Buscando a força necessária na coragem, hoje você renasce como
o Senhor do Fogo. – disse Assan’Sur.
A página dourada flutuou ate o
próximo soldado e entrou em seu coração.
- Eudes Thierry, este é o caminho da
luz e da ilusão. Tudo o que vemos não passa de luz refletida; portanto, o senhor
da luz tem poder sobre aquilo que as pessoas veem... ou não veem. Mas cuidado,
esta magia também pode ser destrutiva, ela lida com os raios. O caminho da luz
também trata da magia purificadora, ligada ao bem. Luz também tem grande poder
contra seres das trevas, tendo um enfoque particular contra esse elemento.
Ataques de luz geralmente são sagrados ou feitos de energia pura, assim como a
eletricidade gerada por essa energia. Sua regência: cura, sagrado, eletricidade,
ilusão, energia, purificação. Buscando a força necessária no amor, hoje você
renasce como o Senhor da Luz. – disse Assan’Sur.
A página preta fez a mesma coisa.
- Aaron Felix, ao contrário do que se
pode pensar, trevas não engloba somente controle de sombras e sim, todo e
qualquer tipo de maldição, magias das trevas não se focam em danos diretos, mas
na degeneração continua, no enfraquecimento, na loucura, na manipulação e na
morte. Maldições e efeitos negativos são especialidade desse elemento. Sua
regência: maldições, venenos, sombras, doenças, degradação, profano, maldições,
energia negativa. Buscando a força necessária no ódio, hoje você renasce como o
Senhor das Trevas. – disse Assan’Sur. – A partir de hoje vocês serão conhecidos
como: Os Senhores Elementais...” – terminou de ler a mãe da criança.
- E o que
aconteceu...!? – perguntou o menino deitado na cama pronto para ir dormir.
O menino
tinha por volta do 6 anos, cabelo preto e curto, olhos tão negros quanto a
noite, pele clara.
- Amanhã a
mamãe continua de ler... – disse a mulher de olhos azuis, pele clara, cabelos
longos e negros. – Agora esta tarde... – ela se levantou e guardou o livro na
estante.
Ela usava
uma camisola branca e leve, deu um beijo na testa do filho e apagou a luz do
abajur.
- Não...!
- Calma...!
Já acendi... – disse a mulher que devia ter em torno de 28 anos. – Lian, você
já esta bem grandinho para ter medo do escuro...
- Diz isso
para o monstro que vive no armário... – disse Lian apertando o cobertor.
A mãe o
olhou e sorriu, ela foi ate o armário e o abriu, olhou dentro.
- Viu, não
tem nenhum monstro... agora vai dormir... – disse ela se dirigindo a porta.
Lian ficou
sozinho no quarto, a porta fechada, o vento forte no lado de fora, ele se
acolheu debaixo da coberta e não saiu ate amanhecer. Lian vive com seus pais no
distrito de Notting Hill em Londres que pertence ao borough de Kensington e
Chelsea, localizado a centro-oeste da cidade e próximo à beira norte do Hyde
Park. Notting Hill é um dos mais charmosos e típicos distritos residenciais de
Londres. O bairro possui muitas casas no estilo vitoriano. Chama a atenção pela
limpeza, fácil acesso e pelo estilo das pessoas que lá vivem. O clima de
Londres é temperado oceânico, com verões raramente quentes (temperatura média
de julho: 18 °C), assim como também raramente se vê um inverno muito rigoroso
(temperatura média de janeiro: 4 °C). No verão, as temperaturas raramente ascendem
a 30 °C, ainda que as altas temperaturas tenham sido recorrentes. A casa era
uma típica casa do bairro com dois andares, uma porta vermelha e flores na
frente da casa, e como se esperar de uma casa da rua PortoBello Road, a casa de
Lian e seus pais tinha uma coloração rosa, por escolha de sua mãe, Luana, que
tinha um gosto bem distinto, americana nata, descendente de americanos,
graduada em Direitos em Harvard, depois de conhecer Brian, pai de Lian, em uma
viagem a Roma, se casou e se mudou para Londres, onde já vivia Brian, onde
decidiu exercer a profissão de advogada. Brian é um homem da lei, detetive do
centro de homicídios de Londres, com seus olhos verdes, cabelos curto e
mesclado de loiro com castanho escuro, um autêntico britânico.
A noite
chegou trazendo consigo uma perversa chuva, as ruas ficaram vazias, todos
procuravam ficar no aconchego de suas casas. Passos batendo fortemente contra a
água no asfalto, respiração profundo e pesada, ele corria loucamente, fugindo
de seu perseguidor, carregando algo embrulhado em um pano velho, era retangular,
tentava proteger o embrulho com a sua vida. Um homem em um casaco preto e com
um ar sombrio o perseguia pela ponte Tower Bridge, o homem com o embrulho já
estava no meio da ponte. O homem de casaco preto parou de correr e começou a
andar, ele estendeu seus braços como se estivesse preparando para um forte
abraço e os voltou para frente novamente fazendo com que a água da chuva e do
rio abaixo da ponte formarem uma barreira a frente do homem o impedindo de
continuar a correr. Ele parou e se virou suspirado rapidamente, tentando
recuperar o folego.
- Um Mago da
Água... – especulou o homem com o embrulho.
O Mago da
Água sorriu.
- Como
adivinhou...!? – disse com um tom sarcástico. – Agora me entregue o pacote que
eu prometo não lhe machucar... muito...!
A barreira
se desfez e a água jorrou pelo chão.
- Nunca... –
disse o homem. – Nem que isso custe a minha vida...
- Palavras
bonitas, mas... – disse o mago. – Pra mim não faz diferença, eu ia te matar
mesmo...
O balançar
das pernas por não poder tocar no chão, sentado em uma cadeira do departamento
da policia, agasalhado, Lian já estava entediado por ter que ficar com o pai na
delegacia. Ele encarou um senhor usando um casaco negro, luvas negras, cavanhaque,
barba curta, sendo trazido algemado por dois policiais, eles o fizeram se
sentar de frente para Lian, seus olhos eram castanhos claros. Por mais estranho
que parecesse, Lian não sentiu nenhuma sensação de perigo vindo do estranho.
- O que você fez? –
perguntou Lian ao homem.
- Eu...? – perguntou o
homem, Lian confirmou com a cabeça. – Hum... vamos ver... eu estava com muita
vontade de comer muitos chocolates, mas, eu não tinha dinheiro então, eu entrei
sorrateiramente em uma loja de doces...
- O que quer dizer so...
so... – Lian tentava dizer a palavra nova que havia acabado de ouvir. –
Sorretemente?
O homem riu da inocência
da criança.
- Sorrateiramente...? – o
homem explicou. – Sem ser visto por ninguém...
- Hã... – disse Lian
entendendo. - Mas você foi pego...! – disse Lian do nada.
A delegacia estava um
caos, telefones que não paravam de tocar, policiais andando pra lá e pra cá.
- Hey... o que esta havendo? Achei
que, com a forte chuva, isso aqui iria estar um deserto... – disse Brian a um
outro detetive.
- Sei lá cara... – respondeu o detetive Charles, parceiro e melhor amigo de Brian.
– Com quem o seu filho esta conversando? – Charles viu Lian lá sentado
conversando sozinho.
- Ele esta naquela fase de
amigo imaginário... – respondeu Brian.
- Sei como é... – comentou
Charles se lembrando de seu filho. – Com o Will foi a mesma coisa, depois que
entrou na escola parou...
- Lian começa semana que
vem... – disse Brian.
Os dois foram ate Lian, Brian
se agachou.
- Então, quem ó o seu
amigo? – perguntou Brian.
- Não sei... Qual o seu
nome?
- Damian Dante... –
respondeu atenciosamente.
- Então...? – perguntou Brian.
- Você não ouviu? –
perguntou Lian.
- É que a minha audição
hoje esta meio ruim...
- Ele disse que se chama
Damian Dante...
- Então... hum... – disse Brian
se levantando e se sentando ao lado de Lian. – O que Sr. Dante esta fazendo
aqui na delegacia...?
- Ele cometeu um crime... –
respondeu Lian indiferente.
- O que ele fez?
- Roubou...
- E o que ele roubou?
- Chocolate... pai, eu
quero chocolate...!
Charles segurou o riso disfarçadamente,
ele era um homem forte de pele negra, provavelmente um ex-militar.
- Ok... – disse Brian pegando sua
carteira. – Vai ali na máquina e compre algo...
Lian pegou rapidamente o dinheiro da
mão do pai e em questão de segundos já havia sumido da vista dele.
- Rápido como sempre... – comentou Charles
se sentando.
- Nem me fale... – tentando encontrar
Lian. – Falou que é chocolate...
- 999...
- Gostaria
de informar um homicídio na ponte Tower Bridge...
- Brian, Charlie, homicídio na Tower
Bridge, é de vocês... – disse o Comissário aparecendo para fora de sua sala.
- Lian... – disse Brian se levantando.
- Leva ele... – recomendou Charles.
- É... não tem outra alternativa...
Ele andou em direção a entrada da Igreja
Católica , a Catedral de Westminster, a forte chuva sob si não lhe incomodava,
ele atravessou a porta, era enorme. Ele andou lentamente, seu casaco preto
quase tocando o chão, o cavanhaque, as luvas pretas na mão, chamaram a atenção
do padre, ele observou o individuo se aproximar cada vez mais do altar, a cada
passo, o padre sentia algo maligno se aproximando. Ele ficou diante do padre e
se ajoelhou.
- Padre... – a voz tinha um leve tom
de sarcasmo e agressividade provando uma certa intimidação no padre. – Você me
concede a sua benção?
- Sim... – respondeu o padre quase
gaguejando.
- Padre, eu pequei...
- E qual... hum... o seu pecado?
- Eu acabei de matar um homem e... –
ele olhava para o chão e lentamente levantava sua cabeça em direção ao rosto do
padre. – Eu estou prestes a matar... – ele olhou nos olhos do padre. – Um padre...
Ele pode ver o medo tomar conta da
alma do padre, ele se levantou e enfiou a mão bem no coração do padre, a veste
branca do padre começou a se manchar de vermelho, um vermelho puro e vivo. O padre
ficou sem palavras, tudo o que ele podia fazer era morrer. Ele sorriu ao ver o
ultimo sopro de vida se evaporar dos olhos do padre, era um sorriso de
satisfação, psicótico. Ele recolheu sua mão lentamente segurando algo, o
coração do padre.
- Fique aqui dentro... – disse Brian a
Lian para ficar dentro do carro.
Brian e Charles saíram do carro com
guarda-chuvas, a ponte estava interditada, somente policiais e ambulâncias podiam
passar.
- O que temos...? – perguntou Brian ao
policial.
- A testemunha estava voltando para
casa quando... hum... – o policial apontou com o dedo.
- O que é... isso...? – disse Charles.
A agressividade da cena diante de seus
olhos era de revoltar qualquer um. Um homem acorrentado como se fosse
crucificado bem no meio da ponte, apenas de cueca, sua pele pálida, branca e
gelada. Sangue escorrendo do buraco no local aonde deveria estar seu coração.
- Por que o corpo ainda esta aí...? –
perguntou Charles.
- O legista ainda não chegou... –
respondeu o policial.
- Foi muito legal da parte de seu pai
ter me deixado vir junto... – disse Damian sentado ao lado de Lian no carro, no
local aonde eles estavam não dava pra ver o corpo.
Lian jogava em seu game portátil.
- Você não deva estar na cadeia? –
perguntou Lian indiferente.
- Assim você me magoa...
O legista chegou, verificou a causa da
morte, indicou que o coração foi arrancado com as mãos e que na abertura do
buraco havia gelo, estava congelado. Já era por volta das 9 horas da noite, Brian
foi pra casa junto com Lian e Damian.

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